Data: 13-09-2012
Criterio:
Avaliador: Daniel Maurenza de Oliveira
Revisor: Tainan Messina
Analista(s) de Dados: CNCFlora
Analista(s) SIG:
Especialista(s):
Justificativa
Cordia silvestris é uma arbórea da Mata Atlântica, mas também foram encontrados registros botânicos para o Acre. Na Costa Atlântica a espécie ocorre desde o Sul ao Nordeste do Brasil, tendo EOO bastante superior a 20.000 km². Considerando ainda que ocorre em diversas Unidades de Conservação (SNUC), a espécie não está em risco de extinção.
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Cordia silvestris Fresen.;
Família: Cordiaceae
Descrita em Fl. Bras. 8(19): 11-12. 1857. Nomes populares: "freijó preto", "jurutê" e "louro-branco" (Melo et al., 2012; Borgo, 2010; Ribeiro, 2011).
Em estudo sobre a estrutura vegetacional em floresta atlântica, no sul do Estado de Santa Catarina, foi estimado um total de oito indivíduos/ha (Martins, 2010). Na mata nebular, em Serra Negra, município de Rio Preto, no Estado de Minas Gerais, apresentou 6 indivíduos em uma área de 0,75 ha (Valente et al., 2011). Em amostragem de espécies arbustivo-arbóreas em trecho de floresta secundária sob Araucaria angustifolia na Estação Ecológica de Bananal, no Estado de São Paulo, apresentou dois indivíduos em uma área de 0,86 ha (Ribeiro, 2011).
Endêmica do Brasil; ocorre nos Estados do Acre, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul; a aproximadamente 1500 m de altitude (Melo et al., 2012; Guimarães, com. pessoal).
Caracteriza-se por árvores (Valente et al., 2011); polinização zoofílica; dispersão anemocórica (Bosa, 2011); dispersão zoocórica (Borgo, 2010); floresce de dezembro a março (Guimarães, com. pessoal); pioneira (Bosa, 2011).
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes
A Mata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce. Algumas áreas de endemismo, como Pernambuco, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. Dez porcento da cobertura florestal remanescente foi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis em vigilância e proteção (A. Amarante, dados não publicados). Antes cobrindo áreas enormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos de fragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criação de gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. As causas imediatas da perda de habitat: a sobrexplotação dos recursos florestais por populações humanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano (pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiro aceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola (açúcar, café e soja). A derrubada de florestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650km2 de florestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia). Em adição à incessante perda de hábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração de lenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais e invasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).
1.2.1.3 Sub-national level
Observações: Espécie considerada "Presumivelmente extinta" (PE) pela Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).
4.4.3 Management
Observações: Ocorre em Unidades de Conservação (SNUC): Reserva Extrativista do Alto Juruá, no Estado do Acre; Parque Estadual do Rio Doce, em Minas Gerais; Reserva Natural Salto Morato, no Paraná; Área de Proteção Ambiental do Cairuçú, no Rio de Janeiro; Reserva Biológica Estadual do Aguaí, em Santa Catarina; Parque Estadual da Ilha do Cardoso, Parque Estadual de Carlos Botelho, Parque Estadual da Serra do Mar, Parque Estadual Jacupiranga, Parque Estadual Intervales (CNCFlora, 2011) e Estação Ecológica Estadual de Bananal (Ribeiro, 2011) em São Paulo.
- BOSA, D.M. Composição florística e estrutural de comunidade arbórea de floresta ombrófila densa montana no município de Morro Grande, Santa Catarina. Mestrado. Criciúma: Universidade do Extremo Sul Catarinense, 2011.
- MELO, J.I.M.; SILVA, L.C.; STAPF, M.N.S.; RANGA, N.T. Cordia silvestris in Corida (Boraginaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB016529>.
- TABARELLI, M.; PINTO, L.P.; SILVA, J.M.C.; ET AL. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira., Megadiversidade, p.132-138, 2005.
- BORGO, M. A Floresta Atlântica do litoral norte do Paraná, Brasil: aspectos florísticos, estruturais e estoque de biomassa ao longo do processo sucessional. Doutorado. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2010.
- MARTINS, R. Composição e estrutura vegetacional em diferentes formações na floresta atlântica, sul de Santa Catarina, Brasil. Doutorado. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2010.
- VALENTE, A.S.M.; GARCIA, P.O.; SALIMENA, F.R.G.; OLIVEIRA-FILHO, A.T. Composição, estrutura e similaridade florística da Floresta Atlântica, na Serra Negra, Rio Preto - MG., Rodriguésia, Rio de Janeiro, v.62, p.321-340, 2011.
- RIBEIRO, T.M. Florística e estrutura da comunidade arbustivo-arbórea em florestas naturais e restauradas com Araucaria angustifolia (Bertol.) O. Kuntze no Estado de São Paulo, Brasil. Mestrado. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 2011.
- Banco de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.
- SMA-SP. Lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção, Diário Oficial do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, 2004.
CNCFlora. Cordia silvestris in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora.
Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Cordia silvestris
>. Acesso em .
Última edição por CNCFlora em 13/09/2012 - 17:53:40